sexta-feira, fevereiro 27, 2009

O FIC fica

O novo subsecretário estadual de Cultura, o artista plástico Flávio Tavares garantiu a permanência do FIC Augusto dos Anjos. Não se poderia esperar outra atitude de um artista comprometido com a cultura e com a sua história. Acima de questões político-partidárias, Flávio sabe que estão as demandas dos artistas paraibanos, homens e mulheres que inscrevem a história cultural da Paraíba.

Ao manter um projeto criado pela primeira subsecretária de Cultura do governo Cássio Cunha Lima, a cantora Cida Lobo, Flávio Tavares demonstra sua disponibilidade para dialogar com todas as vertentes políticas e culturais. Aliás, o fato de ser um artista que transita com desenvoltura em todos os locais, foi decisivo para ser convidado pelo governador José Maranhão para assumir o cargo.

Aproveitando o embalo do que terá continuidade e do que não será aproveitado da antiga gestão na área de cultura, o subsecretário não terá muito trabalho em diagnosticar que um dos principais males dos projetos neste setor, está no amadorismo de alguns coordenadores.

Um dos projetos, que assim como o FIC também deveria ser mantida, trata-se da Lei Canhoto da Paraíba, conhecida como Mestre das Artes. Criada há quatro anos em homenagem a Canhoto da Paraíba, a lei contemplou vários artistas paraibanos, mas nos últimos anos tornou-se bastante hermético para os artistas que tentavam obter o benefício sem a chancela de uma entidade ou um padrinho bem articulado. Em todo caso, tem conserto.

Outras expressões artísticas também se ressentem de apoio, principalmente os artistas plásticos, que ora se vêem representados no subsecretário Flávio Tavares, e precisariam no mínimo, de uma reestruturação dos museus paraibanos, alguns em péssimo estado de conservação e até desativados nos últimos anos.

Pela experiência que tem e depois do levantamento que está fazendo na área de cultura, o novo subsecretário verá que acerta em cheio em manter o FIC e que poderá fazer o mesmo como Mestre das Artes; que na Paraíba há projetos, artistas e talentos em abundância, e que muitas vezes a mudanças positivas dependem apenas de duas coisas: vontade e compromisso.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Falta de entendimento

O que muitos estudantes e pais que recebem benefícios sociais do governo federal não conseguem entender, é que a freqüência vai além da garantia de qualquer “bolsa-família”. De acordo com dados do Ministério Público, o índice de evasão escolar em Campina Grande, ainda gira em torno dos 18% nas escolas da rede pública, percentual que só preocupa os pais quando vislumbram a possibilidade de perder o benefício social.

Nenhuma das desculpas usadas por gestores, estudantes e seus responsáveis para se livrar da culpa que direta ou indiretamente eles têm sobre o problema, será suficiente para justificar um futuro de brasieiros iletrados, sem capacitação para entrar no mercado de trabalho e pior, desconhecedores de noções básicas de cidadania; consequentemente destinado à exclusão.

A conscientização das famílias e dos jovens precisa ser uma preocupação constante de escolas, educadores e principalmente, do poder público. O monitoramento e o trabalho insistente de esclarecimento junto aos estudantes e às famílias precisa ser feito porque principalmente porque para eles, a falta de recursos fala muito mais alto do que qualquer projeção de futuro.

Se para eles, é difícil entender o alcance de uma boa assiduidade escolar; para quem está de fora a compreensão também é limitada. Gestores e educadores, na maioria das vezes, não entendem a urgência que domina o pensamento de famílias desempregadas que precisam se virar para garantir o sustento dos filhos, de famílias para as quais conceitos como planejamento familiar e capacitação profissional são completamente incompreensíveis.