quinta-feira, setembro 04, 2008

A voz da democracia

A inventividade popular não tem limites. Em lugar de infringir leis, o povo encontra formas de driblar estas imposições de maneira criativa e “legal”. Os maiores exemplos vêm sendo observados nas eleições de Campina Grande. Com a proibição das carreatas, as pessoas aderiram maciçamente à participação nas passeatas. Nunca se viu tantas e com tão numerosa quantidade de gente.

Mais recentemente, os fogos de artifício também foram proibidos. E novamente, a força do povo criou uma maneira de expressar sua vontade: instaurou a modalidade do apitaço. Nos mais recentes eventos políticos, os apitos foram usados por adolescentes, adultos e idosos.

Diante da restrição de sonorização mecânica em locais como igrejas, escolas e hospitais – determinação mais do que justa – a voz do povo novamente falou mais alto. Após se distanciar destes pontos, os participante dos eventos políticos entoam as músicas de campanha no gogó, com potência suficiente para animar o evento e não incomodar o sossego dos prédios públicos.

Ocorre que em alguns estabelecimentos, empregadores e empregados acabam sucumbindo à campanha silenciosa, mas não menos empolgante, como são as paixões suscitadas pela política. E desta forma, nasce em Campina outra forma de expressar suas convicções ideológicas: a chuva de papel picado.

No coro popular, pessoas de todas as idades e classes sociais lançam mão de táticas, aproveitando racionalmente as ocasiões para objetivação dos desejos e da necessidade de expressão, renovando e fortalecendo o verdadeiro sentido da democracia.

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