segunda-feira, maio 05, 2008

Caiu na rede é peixe!


O título deste comentário possui sentido duplo. O primeiro evoca a estereótipo do “macho nordestino”, aquele homem socialmente monogâmico, mas que nos bastidores trai a esposa, estimulado e perdoado pela cultura machista. Segundo a “tradição” este macho não pode deixar escapar nenhuma mulher que estiver “dando sopa”, daí a expressão “caiu na rede é peixe”.

O outro sentido tem a ver com os tempos atuais, com o império da cybercultura, da invasão de privacidade que alcança todas as esferas sociais, uma metáfora da Internet que faz da rede uma armadilha para peixes de todos os tamanhos e com maior ressonância, para os graúdos.

Explicados os sentidos, partimos para uma leitura do mais novo escândalo da “vida privada” estadual do momento – a divulgação de vídeo divulgado no YouTube no qual o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima aparece numa pagodeira tocando percussão e beijando uma garota.

Excetuando-se qualquer juízo de valor ou avaliação do impacto do vídeo na esfera familiar e política, o que deve ser questionado é o poder de fogo das novas tecnologias na ruptura de máscaras, antes tiradas e restritas apenas aos circuitos fechados. Com a Internet e a mistura do espaço público com o privado, discursos que apregoam a ética e a moral são rapidamente desmontados, expondo a fragilidade e a hipocrisia humana de maneira voraz.

Fragilidade que faz com que um chefe de estado exponha-se desnecessariamente em recortes particulares que não o diminuem como gestor administrativo, mas atingem uma imagem ideal das mais fortes para qualquer político – a da família.

Para se ter uma idéia da importância dada à manutenção dos valores familiares, em Nova Iorque, um escândalo extraconjugal derrubou o governador – os americanos são pateticamente conservadores. No Brasil, para sorte dos amantes descuidados, prevalece a máxima de que não existe pecado do lado de baixo do equador e quem não tenha pecados que atire a primeira pedra.

Não custa lembrar, entretanto, que mesmo assim, os comentários são inevitáveis, afinal somos um país “oficialmente” monogâmico e os cidadãos, anônimos ou famosos são livres para optar entre casar ou não. No primeiro caso não deixam de motivar a curiosidade e a crítica quando agem como solteiros ou se deixam beijar por eleitoras afoitas.

Para casos como estes, em que a pessoa é exposta em uma situação socialmente reprovável ou é vítima de um mal-entendido, a Internet não dará trégua.

Um comentário:

Jorge Barbosa disse...

Galega... coloquei teu blog na lista de links do meu... depois passa lá e da um olhada. Valeu. jbnoticia.blogspot.com

Xerão e teu blog ta massa...