domingo, maio 04, 2008

A estética do descaso


As favelas sempre estiveram relacionadas com o êxodo rural e o planejamento inadequado dos grandes centros urbanos. Mais recentemente, entretanto, elas passaram a fazer parte da paisagem urbana das cidades do interior paraibano. Por falta de uma política nacional de habitação, as pessoas moram onde podem e assim nascem as favelas, crescendo à proporção que cresce a população.

De acordo com o IBGE, a expansão das favelas rumo ao interior coincide com o crescimento populacional dos municípios de médio porte. Se considerarmos que a maior parte destes municípios não têm política habitacional, a perspectiva é de um crescimento em progressão aritmética.

Em Campina Grande – os migrantes oriundos das cidades circunvizinhas ainda são um desafio para os gestores públicos. Sem emprego e nem moradia, muitos acabam integrando o bloco dos sem-teto.

Para evitar que a favelização saia do controle, os prefeitos do interior precisam investir em projetos de habitação popular e na urbanização de áreas recém-ocupadas.

Não se pode admitir que cidades com população inferior a 20 mil habitantes exibam o que de forma preconceituosa se conceitua por aí como a estética da miséria, mas que muito mais apropriado seria chamarmos de estética do descaso.

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